top of page

O ar que

       nos une

Durante o período de espera para a reabertura de espaços culturais na cidade de São Paulo, o MuBE - Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia, decidiu exibir obras para as pessoas que transitam na avenida Europa, onde está localizada a sede do Museu, e um importante corredor viário da cidade. A mostra “O ar que nos une” apresenta obras na área externa do MuBE, para que motoristas, passageiros de transportes públicos e pedestres que estejam andando pela calçada, possam apreciar obras de arte à distância, mesmo sem entrar no Museu. 

As obras “No Ar” da artista Laura Vinci, “Em contato” de Ana Teixeira, “Air Talk” (“Conversa de ar” em português) de Yoko Ono e "Xapiri" da dupla Motta & Lima, inauguram a mostra neste sábado, 05 de setembro de 2020. O projeto também receberá, na semana seguinte, a obra “Aerólito”, de Artur Lescher.

 

Galciani Neves, curadora da mostra e do Museu, partiu da instrução de Yoko Ono “Conversa de ar”, editada na publicação “Grapefruit: a Book of Instruction and Drawings”. Em tempos de pandemia e distanciamento social, a mostra tem a intenção de enfatizar que o ar que nos separa é o mesmo que nos conecta - noção que hoje se faz sentir profundamente em todo o mundo.

O distanciamento social, por conta da pandemia que vivemos, nos impediu de olhar com frequência para o céu, mas ele continua permeando todos os nossos espaços e é essencial para a vida. A partir desse novo olhar, é possível refletir o significado de estarmos juntos e dividir o mesmo ar. Com esse projeto, o MuBE reforça a importância da arte para o cotidiano das pessoas, em momentos como esse.

Observação: Devido à previsão de ventos fortes no dia 15 de setembro na cidade de São Paulo, a obra "Aerólito" foi temporariamente desmontada, voltando ao espaço expositivo no dia 16 de setembro de 2020.

Laura Vinci, No Ar

IMG_0068.JPG

No Ar, 2017, 2009/2017. Sistema de aspersão. Dimensões variáveis

Apresentada a primeira vez no MuBE em 2017, a obra foi doada pela artista brasileira Laura Vinci para o acervo do Museu, onde é apresentada agora. A obra se apropria do piso elevado do MuBE para produzir uma bruma que ocupa toda a área externa, nos dando a impressão de que podemos enxergar e tocar o ar. Sua dimensão varia de acordo com as condições meteorológicas, dependendo do vento, da umidade do ar, apresentando diversas questões que intrigam seus expectadores. A grande estrutura suspensa do Museu, mais do que nunca, parece flutuar como o meteorito da obra de René Magritte “Les idées Claire”, cujo diálogo com a marquise do MuBE foi citado pelo próprio Paulo Mendes da Rocha. 

(Devido a questões relacionadas aos protocolos de saúde e proteção da Covid-19, a obra “No Ar” só estará ligada enquanto o museu estiver fechado, sem acesso ao público, de terça-feira a domingo, de 10h às 20h.)

Ana Teixeira, Em contato

A obra “Em contato”, da artista brasileira Ana Teixeira, foi inicialmente desenvolvida para uma intervenção realizada em piscinas. No MuBE, as 14 bóias brancas, cada uma contendo uma palavra diferente - AINDA, HOJE, MAS, ONTEM, AMANHÃ, SEMPRE, AGORA, TALVEZ, MENOS, MAIS, SIM, NÃO, NUNCA, AQUI - ganham uma nova leitura ao serem instaladas no espelho d’água do Museu, trazendo a participação do acaso na formação de frases e entendimentos. 

Ana Teixeira, Em contato, 2014/2019, Boias infláveis, Ø 90 cm cada

Yoko Ono, Air Talk

As obras de Yoko Ono, artista multimídia nascida em Tóquio, são conhecidas por explorar de diversas formas a interação com o público. “Air Talk” ou “Conversa de ar”, em português é parte do livro “Grapefruit: a Book of Instruction and Drawings”. 

Screen Shot 2020-09-05 at 08.30.54.png

Artur Lescher

WhatsApp Image 2020-09-11 at 17.58.26 (1

Artur Lescher, Aerólito, 2003, nylon e motor, 11 m x Ø 3 m.

A obra “Aerólito” foi apresentado por Artur Lescher pela primeira vez na 19ª Bienal de São Paulo, em 1987, onde o artista instalou paralelamente dois polígonos - ou aerólitos - separados pelos caixilhos e vidros do edifício, revelando e discutindo os limites do espaço. Se na primeira versão dois Aerólitos, um rígido, dentro e um inflável, fora, se contrapunham, na montagem agora realizada na área externa do MuBE a peça inflável, ganha nova leitura, ao contrapor-se a rigidez da marquise do Museu e ao problematizar a questão do ar, que ocupa todos os espaços. Na terra, não há vazio. Há ar.

Paulo Bruscky, série Arte Paisagem (Arte Classificada)

WhatsApp Image 2020-09-14 at 19.52.19 (1

“Arte.clima”, “Arteaeronimbo”, “Poemas para as Cataratas de Foz de Iguaçu-PR”, “Paisagem.Sonora” e “Arte Paisagem”, da série Arte Classificada, publicadas por Paulo Bruscky em anúncios de classificados de jornal, estão sendo apresentadas em uma projeção feita na marquise do MuBE, como parte da exposição “O ar que nos une” concebida para ser vista por quem passa na rua, na frente da sede do Museu. 

Propostas como “expor os dias em que Porto Alegre tem as 4 estações do ano” confundiam os leitores dos jornais que procuravam bens, serviços ou empregos nos classificados. 

Nesta exposição contamos ainda com uma obra inédita de Bruscky. Ao ser contatado pela curadora do Museu, Galciani Neves, para participar da mostra, o artista criou mais uma obra sobre o ar: “Você pode tirar AR de TE?”.

 

(A projeção acontece de terça-feira a domingo, de 18h às 24h.)

Motta & Lima, Xapiri

Motta & Lima, Xapiri, 2012. Trecho do vídeo projetado na fachada do MuBE

Xapiri é o resultado das filmagens feitas pela dupla de artistas brasileiros Gisela Motta e Leandro Lima, durante 2 encontros de xamãs na aldeia de Watoriki, Amazonas, em março de 2011 e abril de 2012. O filme experimental, que será projetado na área externa do MuBE, podendo ser visto por quem passa à noite na Rua Alemanha, transmite, através da tecnologia, sons, imagens e sensações desta tradição do povo ancestral.

 

(A projeção de "Xapiri" poderá ser vista até o dia 19 de setembro, de 18h às 24h.)

bottom of page